ÍSIS SEM VÉU
H.P.Blavatsky
Compilação: Mário J.B. Oliveira


FENÔMENOS, QUE PODEM OCORRER COM A ALMA. (L. 2. pág. 68).

Mas devemos abrir espaço agora para algumas narrativas dos filósofos antigos, que, ao mesmo tempo em que contam, vão nos explicando.

Em primeiro lugar, quanto às maravilhas, é preciso colocar Proclo. A sua lista de fatos, cuja maior parte ele apoia com citações de testemunhas - às vezes filósofos bastantes conhecidos -, é desconcertante. Ele registra, da sua época, muitos exemplos de pessoas mortas que foram encontradas em posição diferente nos seus sepulcros depois de terem sido colocadas sentadas ou em pé - fenômenos que ele atribuíam fato de elas serem larvas e que, diz "está relacionado pelos antigos de Aristeas, Epimênides e Hermodorus". Cita quatro casos semelhantes extraídos da História de Clearco, o discípulo de Aristóteles. 1º) Clenyomus, o ateniense. 2º) Policreto, um homem ilustre entre os etólio. Este fato está relatado pelo historiador Naumachius, que diz que Plicreto morreu e retornou no nono mês após a sua morte. "Hiero, o efésio, e outros historiadores", diz o seu tradutor, Taylor, "atestam a verdade desse fato". 3º) Em Nocópolis, a mesma coisa aconteceu a um certo Eurynous, que ressuscitou no décimo-quinto dia após o seu enterro e viveu algum tempo depois disso levando um vida exemplar. 4º) Rufus, sacerdote da Tessálica, voltou à vida no terceiro dia após a sua morte, com o objetivo de proceder a algumas cerimônias sagradas que havia prometido realizar; cumpriu o prometido, e morreu novamente para nunca mais voltar.

Diz Proclo: "Muitos outros escritores antigos recolheram histórias de pessoas que morreram aparentemente e depois ressuscitaram; e entre eles o filósofo Demócrito, nos seus escritos relativos ao Hades, e o maravilhoso Conotes, conhecido por Platão. Pois a morte não era, como parecia, um abandono completo de toda a vida do corpo, mas uma cessação, caudada por algum golpe, ou talvez uma ferida. Mas os laços da alma ainda continuavam atados à medula, e o coração conservava em suas profundezas o empireuma da vida; tudo isto conservado, readquiria-se a vida, que se extinguira, em virtude de se estar novamente adaptado à animação".

Ele diz ainda: "É evidente que é possível à alma deixar o corpo e voltar a entrar no corpo porque ele, que, de acordo com Clearchus, se serviu de uma vara que atrai a alma sobre um menino adormecido; e que convenceu Aristóteles, como Clearco relata em seu Tratado sobre o sono, de que a alma pode ser separada do corpo e de que ela entra num corpo e o usa como alojamento. Pois, golpeando o menino com a vara, ele atraiu e, como se diz, guiou a sua alma, com o objetivo de demonstrar que o corpo estava imóvel quando a alma [corpo astral] estava a uma certa distância dele, e que não lhe fizera nenhum mal. Mas a alma, guiada novamente para o corpo por meio da vara, deu-se conta, após a sua entrada, de tudo o que havia ocorrido. Nessas circunstancias, assim, os espectadores e Aristóteles se convenceram de que a alma é distinta e separada do corpo".







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