ÍSIS SEM VÉU
H.P.Blavatsky
Compilação: Mário J.B. Oliveira


 

A UNIFORMIDADE DA ALEGORIA DA ÁGUA E DO ESPÍRITO. (L.1.pág.208).

Um fato, pelo menos, está provado: não existe um único fragmento cosmogônico, pertença à nação que for, que não sustente por sua alegoria universal da água e do espírito que plana sobre ela, do mesmo modo que os nossos físicos modernos que o universo se originou do nada; pois todas as suas lendas começam com aquele período em que os vapores nascentes e a obscuridade cimeriana planavam sobre a massa fluida preste a começar a sua jornada de atividade ao primeiro sopor DELE, que é o PRINCÍPIO NÃO REVELADO. Elas O sentem, se não O vêem. Suas intuições espirituais ainda estavam tão obscurecidas por sutis sofismas dos séculos precedentes como o está o nosso próprio agora. Se elas falavam menos da época siluriana que se desenvolveu lentamente no mamaliano, e se o tempo cenozóico foi lembrado apenas pelas várias alegorias do homem primitivo - o Adão de nossa raça -, isso é apenas uma prova negativa de que esses "sábios" e mestres não conheciam tão bem quanto nós esses períodos sucessivos. Nos dias de Demócrito e Aristóteles o ciclo já tinha começado a entrar em seu caminho descendente de progresso. E se esses dois filósofos pudessem discutir tão bem a teoria atômica e remontar o átomo ao ponto material ou físico, seus ancestrais devem ter ido mais longe.

Não é apenas dos livros mosaicos que pretendemos retirar as provas para os nossos argumentos ulteriores. Os antigos judeus tiraram todo o seu conhecimento - tanto religiosos quanto profano - das nações com as quais se tinham mesclado nos períodos mais remotos. Mesmo a mais antiga de todas as ciências, a sua "doutrina secreta" cabalística, pode ser acompanhada em todos os detalhes até a sua fonte primeira, a Índia Superior, ou o Turquestão, muito antes da época da separação distinta entre as nações arianas e semitas. O rei Salomão, tão celebrado pela posteridade, como diz Josefo, o historiador, por suas habilidades mágicas, recolheu o seu conhecimento secreto da Índia, através de Hirão, o rei de Ofir, e talvez de Sabá. Seu anel, conhecido comumente como o "selo de Salomão", tão celebrado pelo poder de sua influência sobre as várias espécies de gênios e demônios, é igualmente de origem hindu. Escrevendo sobre as pretensas e abomináveis habilidades dos "adoradores de demônios" de Travancore, o Rev. Samuel Mateer, da Sociedade das Missões de Londres, afirma, ao mesmo tempo, estar de posse de um antiquíssimo volume manuscrito de encantamentos mágicos e de sortilégios em língua malayâlam, que dá instruções para realizar uma grande variedade de fenômenos. Ele acrescenta, naturalmente, que "muitos deles são terríveis em sua malignidade e obscuridade", e dá em sua obra o fac-símile de alguns amuletos que trazem figuras e desenhos mágicos. Encontramos entre eles um com a seguinte legenda: "Para remover o tremor resultante da possessão demoníaca - desenhe esta figura sobre uma planta que tem seiva leitosa, e atravesse um prego nela; o tremor cessará". A figura é o próprio selo de Salomão, ou o duplo triângulo dos cabalistas.







Loja Teosófica Virtual São Paulo © 1996-99