ÍSIS SEM VÉU
H.P.Blavatsky
Compilação: Mário J.B. Oliveira


TEORIA DO SR. CROOKES SOBRE OS FENÔMENOS OBSERVADOS. (L 1 pág. 139)

Os Cientistas deveriam ter aprendido, por sua vez, na escola da amarga experiência, que podem confiar na auto-suficiência das ciências positivas apenas até um certo ponto; e que, enquanto um único mistérios inexplicado existir na Natureza, lhes é perigoso pronunciar a palavra impossível.

Nas Researches on the Phenomena of spiritualism, o Sr. Crookes submete à opinião do leitor oito teorias "para explicar os fenômenos observados".

São as seguintes:

" Primeira teoria. - Todos os fenômenos são o resultado de truques, hábeis arranjos mecânicos ou prestidigitação; os médiuns são impostores, e os demais observadores, tolos (...)

" Segunda Teoria. - As pessoas numa sessão são vítimas de uma espécie de obsessão ou ilusão, e imaginam que ocorrem fenômenos que não têm qualquer existência objetiva.

" Terceira Teoria. - Tudo é o resultado de uma ação cerebral consciente ou inconsciente.

" Quarta Teoria. - O resultado do espírito do médium, talvez em associação com os espíritos de alguns ou de todas as pessoal presentes.

" Quinta Teoria. - As ações de espíritos maus, ou de demônios, que personificam as pessoas ou as coisas que lhes agradam, a fim de minar a cristandade, e de perder as almas dos homens. [Teoria de nossos teólogos.]

" Sexta Teoria. - As ações de uma ordem distinta de seres que vivem nesta Terra mas são invisíveis e imateriais para nós. Capazes, contudo, ocasionalmente, de manifestar a sua presença. Conhecidos em quase todos os países e épocas como demônios (não necessariamente maus), gnomos, fadas, kobolds, elfos, duendes, Puch, etc. [Uma das opiniões dos cabalistas.]

" Sétima Teoria. - As ações de seres humanos mortos - a teoria espiritual par excellence.

" Oitava Teoria. - (A Teoria da Força Psíquica)... um auxiliar da quarta, quinta, sexta e sétima teorias.

Como a primeira dessas teorias só se mostrou válida em casos excepcionais, embora infelizmente muito freqüentes, ela deve ser rejeitada por não ter nenhuma influencia material sobre os fenômenos em si. A segunda e a terceira teorias são as últimas esboroantes trincheiras da guerrilha dos cépticos e materialistas, e permanecem, como dizem os advogados, adhuc sub judice lis est. Portanto, podemos nos ocupar nesta obra apenas com as quatro teorias restantes, já que a última, a oitava, é, segundo a opinião do Sr. Crookes, apenas "um auxiliar necessário" das outras.

Podemos ver quão sujeita está a erros mesmo um opinião cientifica, apenas se compararmos os vários artigos sobre os fenômenos espirituais, oriundos da hábeis pena de certo cavalheiro, que apareceram de 1870 a 1875. Lemos um dos primeiros: "(...) o emprego continuo de métodos científicos promoverá observações exatas e um respeito maior pela Verdade entre os pesquisadores, e produzirá uma raça de observadores que lançarão desprezível resíduo do espiritismo no limbo desconhecido da Magia e da necromancia". E em 1875, nós lemos, acima de sua própria assinatura, minúcias e muito interessantes descrições de um espírito materializado - Katie King!

É difícil imaginar que o Sr. Crookes tenha estado sob influência eletrobiológica ou sob alucinação durante dois ou três anos consecutivos. O "espírito" apareceu em sua própria casa, em sua biblioteca, sob os mais severos testes, e foi visto, apalpado e ouvido por centenas de pessoas.

Mas o Sr. Crookes nega jamais ter tomado Katie King por um espírito desencarnado. O que era ela então? Se não era a Srta. Florence Cook, e a sua palavra é uma garantia suficiente para nós - então era o espírito de alguém que viveu na Terra ou de um daqueles que se classificam diretamente na sexta teoria das oito que o eminente cientista oferece à escola do público. Seria um dos seres classificados sob os nomes de: fadas, kobolds, gnomos, duendes, ou um puck.







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