ÍSIS SEM VÉU
H.P.Blavatsky
Compilação: Mário J.B. Oliveira


 

 

CIÊNCIA SECRETA ANTIGA. (L.1.pág.106).

Mochus, o Sidônio, fisiólogo e professor da ciência anatômica, floresceu muito antes do Sábio de Samos - antes da época de Tróia -; e este recebeu as instruções sagradas dos discípulos e descendentes daqueles. Pitágoras, o filósofo puro, versado profundamente nos maiores fenômenos da Natureza, nobre herdeiro das tradições antigas, cuja grande contribuição foi libertar a lama dos grilhões dos sentidos e força-la a realizar os seus podres, deverá viver eternamente na memória humana.

A doutrina de Metempsicose - É a passagem da alma de um estado de existência para outro.- foi amplamente ridicularizada pelos homens da Ciência e rejeitada pelos teólogos; entretanto, se ela fosse convenientemente compreendida em sua aplicação à indestrutibilidade da matéria e à imortalidade do espírito, ter-se-ia reconhecido que ela é uma concepção sublime. Não deveríamos estudar a questão colocando-nos no ponto de vista dos antigos, antes de nos aventurarmos a desacreditar os seus mestres? A solução do grande problema da eternidade não diz respeito nem à superstição religiosa nem ao materialismo grosseiro. A harmonia e a uniformidade matemática da dupla evolução - espiritual e física - foram elucidadas exclusivamente nos números universais de Pitágoras, que construiu seu sistema inteiramente com base na chamada "fala métrica" dos Vedas hindus. Foi só recentemente que um dos mais zelosos eruditos sanscritistas, Martin Haug, empreendeu a tradução do Aitareya-Brâhmana do Rig-Veda, que era até então completamente desconhecido; estas explicações estabelecem, incontestavelmente, a identidade entre os sistemas pitagórico e bramânico. Em ambos, a significação esotérica deriva do número: no primeiro, da relação mística de cada número com tudo que é inteligível para a mente do homem; no segundo, do número de sílabas com que cada verso dos Mantras é formado. Platão, ardente discípulo de Pitágoras, adotou tão completamente este sistema a ponto de sustentar que o dodecaedro foi a figura geométrica empregada pelo Demiurgo - ou Artífice; o supremo Poder que construiu o Universo.- para edificar o universo. Algumas dessas figuras tinham uma significação particularmente solene. Por exemplo, o número quatro, de que o dodecaedro é triplo, era tido como sagrado pelos pitagóricos. É o quadrado perfeito e nenhuma das linhas que o limitavam cruza outra em qualquer ponto. É o problema da justiça moral e da eqüidade divina geometricamente expressas. Todos os poderes e todas as grandes harmonias da natureza física e espiritual repousam no quadrado perfeito, e o nome inefável daquele que, de outro modo, permaneceria indizível era substituído pelo número sagrado "4", o mais inviolável e solene juramento entre os antigos místicos - a Tetraktys.

Se a metempsicose pitagórica pudesse ser completamente explicada e comparada com a moderna teoria da evolução, seria possível suprir todos os "elos perdidos" da corrente desta última.







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